como se eu pudesse explicar o que
tava acontecendo ali. não dá, cara. eu esperei quase a noite toda e você não
apareceu. gastei todo o meu dinheiro bicando doses longas e nada, você não
entrava por aquela porta estreita e a música ruim estava me enlouquecendo. uma
garota me ofereceu um cigarro, acendi o dela, a gente ficou ali falando sobre
você e sobre o cara que ferrou com ela. eles moravam numa casa de fundos com
uma padaria. me contou que era foda pela manhã, aquela ressaca insuportável e
aquele cheiro de pão doce. aí um dia o cara veio com uma conversa toda
desencontrada e falou de uma outra mulher que tava chegando e que ele tava saindo fora.
agora ela fica sozinha vomitando no quarto com aquele cheiro de pão doce. e
você que não chegava nunca, quando uns caras começaram a conversar com a gente. o
mais louco me chamava de "menina" e eu gostei de como soava aquilo.
aí eu olhava pra porta e nada de você entrar e me tirar dali. tava quase
amanhecendo e eu pedi uma carona pro cara, ele falou que tinha que passar na
casa dele antes pra pegar uma grana pro combustível. eu não sei mais o que
aconteceu, não lembro, eu tava lá sozinha te esperando e aí as pessoas começaram
a chegar. eu sei, é tudo um monte de merda mesmo. você acha que eu ainda tenho
cara de menina? porque eu achei engraçado o jeito que ele falava isso.
4 comentários:
Lendo aos poucos o seu blog, Paula.
Gostei bastante desse "tem uma coisa aqui que eu vou chamar de ausência".
;)
Beijo.
bem bonito.
muitas saudades.
vem comer uma pizza aqui em casa essa semana?
bj.
Má f.
Tarcisio, bom "te ver".
Beijo!
Paula Klaus
Má!!! Que saudade minha Amiga. Vou sim, claro! Só vi hoje o teu comentário, poxa, vivo pensando em você :)
Me liga?
Beijos.
PK
Postar um comentário