28.5.09

Acordei cedo hoje, acordei e me estiquei no colchão que precisa de um tempo. Acordei.
Chovia, uma garoa fina me deu bom dia e riu-se de mim, eu de camiseta regata e calcinha em frente a porta de vidro pensando em coisas tão distantes que aquela garoa ria da minha cara descaradamente, e ela ria tão alto que dei as costas irritada. Pensei num banho quente, aquele longo banho quente, mas logo saí do box apressada com o horário e com a sensação de estar sempre tão atrasada. Mas eu tenho um emprego, e eu tenho um salário e isso as vezes não me parece o suficiente. Mas eu tinha um cheiro em volta de mim, um cheiro nas paredes e na fechadura e nas minhas coisas, em todas as minhas coisas, e eu sorri olhando novamente pra dança tola daquela garoa fina que descia pela avenida Ipiranga começando um dia, e eu comecei denovo, do começo. Deitei, levantei e me vesti, daí peguei um livro na estante, li um poema que me fez lembrar do aniversário da Duda e eu tentei começar o dia com aquele sorriso colado aqui, em mim, mas as coisas mudam tanto e tão depressa, e o tempo todo.