13.8.08

Hoje eu acordei mulherzinha, me espreguicei como uma gata no cio, penteei minhas madeixas, comi pão integral, escovei meus dentes e passei batom (que sujou toda minha blusa no caminho do trampo). Mas já desmocizei, tô de allstar e boca limpa, hahahahaha.


A Patricia tem blog, a Patricia tem blog, a Patricia tem blog, gente!

Ah, você não conhece a Patricia? Vem e puxa uma cadeira, a cerveja é por sua conta.


Mama Jow, minha mãe, a mulher que mata pernilongos, me disse que vai fazer um clareamento nos dentes, porque ELA QUER SORRIR MAIS. Isso me deixou contente!


Minha amiga tá procurando casa. Não é sapato, saia, nem jóias, é casa, e isso é foda. Se alguém souber de um apartamentim baratim com pouca burocracia contratual, "liga nóis" (como diz meu irmão maloqueiro).


Continuo com a cara de pessoa mais feliz do mundo, e tudo vai bem. Desmaios no vagão da CPTM, a mocinha do banco que já é minha amiga, o café morno na xícara... tudo vai bem.


Do mais, Valderico pra vocês, ou mais uma daquelas frases que só algums pessoas vão entender.
Hoje vamos cantar e dançar. Eu danço, você canta, hoje eu vou cuidar de tudo.

Primeiro eu abro a porta. Depois, você entra. Não, eu sei que é muito óbvio, é que hoje eu quero cuidar de tudo. Senta aí na poltrona se quiser. O jantar tá no fogo, na panela tem carne de crocodilo e de avestruz, é horrível mas me disseram que você gosta de comida exótica e eu pensei "ou eu frito meus rins no azeite?" mas acho que vai ficar bom. Sente o cheiro? O cheiro... lembra disso?
Lá na geladeira botei tudo que é verde pra baixo, o resto tá em cima e só tô dizendo isso pra você saber que não guardo mais cervejas e rabanetes na gaveta. Tem pão italiano pra comer com o crocodilo, o avestruz a gente como com qualquer outra coisa.
Vou tirar minha roupa as dez então temos duas horas e cinquenta e... nove minutos pra comer, conversar e criar um clima romantico. Acho que vou precisar de uns minutos a mais porque eu sempre sinto vontade de cagar logo depois das refeições, mas é coisa rápida. Aí eu vou tirar a roupa e você vai tirar os sapatos e a calça e vai me comer, por umas duas, três horas, e silêncio. Não será um silêncio eterno, porque você vai começar a andar de um lado pro outro e eu vou ficar atravessando você com meu olhar, e vamos dizer três adeus.
Antes de ir embora já aviso que a porta tá despencando e se bater outra vez com a mesma força vai ter que me trazer um consertador de velhas portas.
Mas você ta aí de pé faz tempo, dezessete minutos e um terço.
Não tem nada na panela, é só água fervendo pro nosso café. Tudo que é verde tá lá embaixo, na gaveta, e tem cerveja por toda parte. E você pode tirar minha roupa, verá que ainda tenho as mesmas marcas, aquelas que nunca somem.
Mas senta aí que vou te trazer um café forte, e te conto o que fiz com as malas.
Hoje eu vou cuidar de tudo, daquele jeito torto que vai se equilibrando, hoje eu vou sentar aqui do seu lado e você vai sentir o cheiro da minha saudade. É assim que você falou aquele dia no hospital, quando eu disse que precisava voltar.