14.11.08



Estou um tanto ausente, não é só dessa casa, estou ausente mesmo. Do resto todo, eu acho.


Mas não deixaria de avisar por aqui, também, que estréia hoje a peça "Mulheres Bobeiras e um Ataque de Risos" com as lindonas: Fabi Vajman, Fernanda Gama e Mariana Clara, imperdível!
Três malucas que vão hoje, e disso eu tenho certeza, quebrar tudo naquela salinha do Ruthinhaaa (assim mesmo, como o Tonho da Lua, porque hoje tô engraçadinha, quequetem?).


Portanto, saiam dos esconderijos hoje e amanhã e domingo e confiram o excelente trabalho dessas meninas. Não restará nenhum arrependimento em suas vidas.


Bom, suficientemente informados meus caros leitores, e mimados portanto, não vacilem, pô!


O Erva Daninha agradece a visita de todos (todos???), e a bêbada desmemoriada (é só charme) que vos escreve promete aparecer em breve, ou não.


Não desistam de mim crianças. Rá!

Serviço: Teatro Ruth Escobar / Sala Miriam Muniz

Sex e Sáb, 21h30Dom, 19h

R$30. 12 anos.

13.11.08

não sei o que me deu hoje, mas é muito parecido com aquela alegria gratuita a qual nos permitimos, mas não sempre, o que não combina e não tem nada ver com ser ou estar bem.


Porque algumas músicas sempre vão me deixar sem jeito, mal conseguirei balbuciar seu nome quando você disse "alô!"

11.11.08

Ela tinha todos os bons motivos pra não ficar comigo. As mulheres constroem suas estátuas, por motivos e circunstâncias e não tô falando das mulheres e sim destas mulheres que acabam paradas perto de um telefone, ou esperando o carteiro trazer alguma notícia, ou outra conta vencida. E a garoa fina não a deixa despenteadas, nem as resfria o corpo, porque esats mulheres são diferentes das que você conhece, meu caro. Elas podem chorar convulsivamente por algo fútil, tão lindas! Jamais saberei descrevê-las como as vejo. Mesmo nua sobre a minha cama consegue esconder todos os mistérios, todo seu pavor, é só ela fechar os olhos. Porque essa mulheres trazem nos olhos os pesos e as adagas.

Ela tinha tudo quanto precisava e comia bem. Dormia em lugares limpos, em camas macias e tinha amigas e tias e professores de canto. E eu aqui sentado na poltrona falando sobre música negra a uma menina branca, cor de gelo, menina doente. Sua doença chamava-se família, ela me dizia entre o pranto e nossa orgia quase espiritual. Ela tinha os dedos dos pés mais gelados que já pude sentir, eu que nunca reparava em nada agora pensava nos dedinhos dos seus pés branco gelo. Sua voz tão suave falando de seus fantasmas e do amor que sentia por uma amiga do colégio, o que fez com que sua mãe a trouxesse de volta ao seio e a faz ter a pele azulada, ela não saía de casa.

Me disse que queria voar pra algum lugar bem longe, ela fazia um biquinho com o lábio quando dizia "beeeeeem longe, meu amor" e nunca esquecia do meu amor. Quando digo as mulheres me refiro a ela, porque foi a única que não me pediu pra ficar. Isso é tão bonito da parte dela, ela apenas acena da janela, esconde o rostinhho meio de perfil pra que eu não a veja chorar, e sai com todos os homens mais bêbados que me conheçam, ela não escreve cartas, ou telefona, acho que faz isso pra que eu tenha noticias.