19.12.08

Final Fight




Amanhã, ás 15h, no Sebo do Bac, na praça Roosevelt.

E não preciso enumerar motivos pra você sair de casa, isso fica por sua conta.

O que sei é que nenhuma ceia de Natal será tão agradável quanto uma reunião como essa, quase uma reunião de amigos!

Ensaiei um número de trapézio pra animar a coisa, mas acho que não vai rolar, então levo alguma coisa pra ler e economizo com o plano de saúde.

Estou com alguns abraços guardados e pretendo amanhã não esquecer nenhum!
Um maço de Mallboro é minha compania pra hoje! Nada de filtro branco.
Dezesseis dias "de molho", com direito a colinho da vó. Preciso de mais? É claro que sim, mas hoje faz frio aqui, do lado de dentro também, inclusive, portanto me despeço do motorista do ônibus com um sorrisinho sacana, e volto cheia de novidades horríveis e sem nenhuma graça (porque agora estou falando dos outros). Já vejo uma suculenta feijoada fumaçando no caldeirão e pra amanhã eu só penso que ainda tenho que lavar os cabelos, que mais parecem um ninho hoje.
Estou classificando os momentos em Hoje e Amanhã, e é tão óbvio quanto todos os meus desejos cinco minutos antes de ouvir aquelas coisas e ficar outra vez com medo do que tenho que fazer, ou não fazer, acho que trata-se mesmo de espera, e eu ha muito não gosto disso. Ficar aqui parada contando os passos, os meus.
Obviamente isso não interessa a mais ninguém, e eu sei disso e sei que daqui a pouco vou passar a borracha e vamos brindar àquilo que realmente causa alguma sensação melhor que esta de estar aqui sozinha com esse maço pela metade e essa xícara (copo de requeijão) com café frio e pouca açúcar. Oh céus, alguém aí me paga uma dose de conhaque?
Tudo vai bem quando se tem os amigos, eu sei eu sei eu sei. Todo mundo sabe disso. É como quando pensamos em Deus, ou em alguma oração, sempre que algo vai mal. A gente senta na beirada da cama e une as mãos e diz coisas que nunca mais diremos, coisas que até nos envergonham, e dizemos obrigada! ou se sobrar um tempo aí, Senhor! e é só vestir o capote verde musgo (gosto dessa cor) e sair de casa, com o guarda chuva. Mas os amigos, estes nossos queridos amigos, não esperam que as nossas mãos estejam unidas, eles sempre chegam antes do amém.
Porque eu pensei que dava pra chegar em qualquer lugar e sempre carregar no mesmo olhar aquela estranha certeza de que tudo vai bem, sim, por que não? e eu sei eu sei eu sei, grande bobagem. Mas eu não tenho a mesma bola de vidro que as "ciganas" compram no crediário.
Hoje eu tenho um pouco de cansaço somado a indiferença com o jornal, com a previsão do tempo, com a mensagem que você devia ter me enviado ontem.
E o cigarro é tão mais barato, e olha, causa muito menos mal, eu sei disso também.