Pra começar a semana próxima.
Vocês conhecem o Claudinei, o Vieirinha, claro! Vocês também conhecem o Bac, que alguns insistem em chamar de Anselmo, claro! Então todos sabem que esses dois quando se juntam é pra, com certeza, organizar coisa boa. Ano passado eles organizaram o famoso Desconcertos numa Galeria de Arte lé em Pinheiros. Eu estava lá compartilhando daquela noite incrível, com poesia da melhor safra e vinho e cerveja de qualidade. Lembro, não das exatas palavras, de um momento que o Pinduca se levantou da cadeira e disse emocionado com o microfone na mão "isso aqui, isso que tá acontecendo aqui hoje, nunca mais vocês irão presenciar". Esse ano, o Claudinei e o Bac voltam àquela mesma Galeria, a Coletivo, pra mais uma noite dessas que ninguém presencia uma segunda vez, não do mesmo jeito. E dessa vez eu vou ler uns contos e tentar não beber muito, porque lá também se bebe. Fiquei contente com o convite e aproveito pra agradecer a amizade acolhida!
Todo mundo pra lá ---> Desconcertos / Poetas na Galeria
2.5.08
29.4.08
Porque às vezes, quando seu rosto tá encostado no meu peito, eu fico sem saber o que dizer. Você sempre consegue me roubar as palavras. É fácil saber o que eu tô pensando, pelo menos parece porque você segura minha mão e me leva pros lugares certos. Mesmo no escuro. Já cheguei a arrumar minhas coisas, botei tudo num baú de rodinhas que tenho desde menina e deixei dois dias no canto do quarto. Mas você chegou com esse seu sorriso tão bonito quanto todos os sorrisos podem ser, e eu desarrumei a cama porque é assim que você gosta. Nunca, e você sabe bem disso, tive vergonha dos meus sapatos. Caminhamos um bocado naquele ano, que foi difícil. Pela manhã você fica me olhando sério e eu finjo que ainda durmo, porque é gostoso sentir seus olhos me percorrendo. E você sabe porque tudo isso começou. Porque abrimos o peito e decidimos deixar o guarda-chuva dentro de casa. Correr pela calçada na chuva com a sua mão tomando conta da minha é uma das coisas que me fazem telefonar pra você no meio da noite pra contar qualquer sonho bobo. Porque na verdade eu só ligo pra ouvir sua voz rouca e imaginar qual foi o filme que te deixou acordado até tarde. Eu não queria que o tempo parasse na hora que nos encontrássemos, eu queria, na verdade, que esse tempo todo fosse nosso. Você sabe que minhas idéias podem ser malucas, mas de vez em quando dá certo. Mas é você que sempre consegue me enganar e se diverte com a minha cara de brava, no fim é tudo brincadeira sua, eu sei. Acho que fiquei te devendo um bocado de coisas, mas não é por isso que tô aqui agora. Queria te mostrar uma fotografia, nós estávamos bêbados, você me abraçando de um jeito que só no seu abraço faz sentido. Mas eu não encontro a tal fotografia então vim até aqui pra te mostrar como era o abraço. Ele era assim...
"dia 05 de Maio os Poetas vão à Galeria
Ano passado fizemos esse encontro na Coletivo Galeria, em Pinheiros, São Paulo. Desconcertante, em todos os sentidos plenos e absolutos da palavra. A poesia jorrou, letras e músicas, poetas e músicos, cerveja e vinho. A energia que palpitava nessa noite arrebentaria uma usina hidrelétrica. Foi um dos momentos mais especiais que tive na vida.
Este ano a poesia retorna à galeria. E tem tudo para repetir o mesmo efeito. Marcelo Montenegro, Mário Bortolotto, Pierre Masato, Fabiana Faleiros, Paula Klaus, Sérgio Mello, Ricardo Carlaccio, Fábio Brum, jam e pocket-show do 'Saco de Ratos Blues', já estão confirmados.
Poetas na Galeria."
28.4.08
Com o tempo as coisas tomam forma e parecem fazer, enfim, algum sentido. Algumas conversam já não serão necessárias e outras serão então fundamentais. Como aquilo tudo que você sempre me disse e eu sempre discordei. Com o tempo a vista fica mais cansada e é incrível como só aí fica mais fácil enxergar aquelas coisas que realmente importam. Dá pra pedir desculpa aqui e ali e dormir em paz assim, o que não é um investimento dos mais prósperos. Com o tempo fica mais difícil cultivar aquela raiva dos nossos pais. Com o tempo a gente acaba aprendendo que tipo de amigo cabe na vida da gente. Estes são pra sempre. Nossos filmes, nossas músicas, nossos álbuns de fotografia amarelada, tudo isso com o tempo continua na nossa estante e nunca perdem o brilho, o sentido e o carinho. O cachorro abanando o rabo do outro lado do portão, as crianças da vizinhança correndo de um lado pro outro, como quando era eu que estava ali. Com o tempo as dores dão lugar as lembranças que dão lugar a saudade. Com o tempo ficamos cada vez mais jovens e menos despreocupados. Com o tempo talvez você entenda que bastava termos esperado mais tempo e talvez tivesse dado certo. Com o tempo pode ser que eu consiga acertar nas palavras. Com o tempo talvez...
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