28.5.13

e então é ela no outro lado da cidade. ela e suas meias finas até os joelhos. aqui desse lado os homens sofrem, choram feito bebês famintos, e então eu, outra vez, fico louco de ódio. por causa dessas conversas entrecortadas ao telefone. por causa das pernas dela, dos seios. os homens a amam, outros homens, muitos deles. e então não sou agora o único a quase querer morrer e lá no outro lado da cidade ela diz aos amigos que esteve bem,
que a comida era boa demais,
que a casa ficava numa rua pouco movimentada,
que não havia tempo pra alimentar ou passear com um cão
que não se comemora aniversários por aqui.
e então estou sozinho pensando nela, nessas coisas sobre ela, com meu rancor chutando latinhas. com meu pau duro.
eu, e todos esses outros que sentem o mesmo por ela.