Caralho, já é julho. O ano já está pela metade, quase no fim na medida em que penso nas 365 coisas que eu pretendia fazer, uma de cada vez, uma por dia. Hoje acordei, quer dizer, amanheci no bar e quase não consigo manter meus olhos abertos no trampo. Dois pensamentos insistentes: aquele abacaxi docinho na geladeira, e o Ademir debaixo do cobertor comigo. Sabe aquela tal felicidade?
Trabalho numa oficina cultural em Taipas, caindo na Vila Brasilândia, as crianças daqui não tem play station 3, não vão ao cinema mais que duas vezes por ano (e tô sendo otimista!) nem sabem que Música, jonas brothers e funk são coisas totalmente diferentes. Essas crianças vem aqui todos os dias, algumas pela manhã, outras a tarde, elas brigam, xingam, correm e brincam, mas são menos crianças do que deveriam, mas quando eu chego aqui e os vejo reunidos discutindo a edição de um vídeo na aula de animação, ah cara, isso me deixa confiante nesse grãozinho de areia que eu tô ajudando a enfiar na vida delas. Agora ha pouco eles estavam cantando uma música do Mawaca, não conhecia, mas eles me fizeram gostar (confesso que na trigésima quinta repetição da mesma faixa eu fiquei mau humorada
Hoje é o primeiro dia do mês certo, quem está errada sou eu, na contra mão, mão furada.