20.2.13


como se eu pudesse explicar o que tava acontecendo ali. não dá, cara. eu esperei quase a noite toda e você não apareceu. gastei todo o meu dinheiro bicando doses longas e nada, você não entrava por aquela porta estreita e a música ruim estava me enlouquecendo. uma garota me ofereceu um cigarro, acendi o dela, a gente ficou ali falando sobre você e sobre o cara que ferrou com ela. eles moravam numa casa de fundos com uma padaria. me contou que era foda pela manhã, aquela ressaca insuportável e aquele cheiro de pão doce. aí um dia o cara veio com uma conversa toda desencontrada e falou de uma outra mulher que tava chegando e que ele tava saindo fora. agora ela fica sozinha vomitando no quarto com aquele cheiro de pão doce. e você que não chegava nunca, quando uns caras começaram a conversar com a gente. o mais louco me chamava de "menina" e eu gostei de como soava aquilo. aí eu olhava pra porta e nada de você entrar e me tirar dali. tava quase amanhecendo e eu pedi uma carona pro cara, ele falou que tinha que passar na casa dele antes pra pegar uma grana pro combustível. eu não sei mais o que aconteceu, não lembro, eu tava lá sozinha te esperando e aí as pessoas começaram a chegar. eu sei, é tudo um monte de merda mesmo. você acha que eu ainda tenho cara de menina? porque eu achei engraçado o jeito que ele falava isso.

4 comentários:

Rounds disse...

Lendo aos poucos o seu blog, Paula.

Gostei bastante desse "tem uma coisa aqui que eu vou chamar de ausência".

;)

Beijo.

Anônimo disse...

bem bonito.
muitas saudades.
vem comer uma pizza aqui em casa essa semana?

bj.
Má f.

Anônimo disse...

Tarcisio, bom "te ver".
Beijo!

Paula Klaus

Anônimo disse...

Má!!! Que saudade minha Amiga. Vou sim, claro! Só vi hoje o teu comentário, poxa, vivo pensando em você :)

Me liga?

Beijos.

PK