vou tentar não olhar pro lado quando você passar por mim. e fingir que não ligo. fechar os olhos e pensar noutra coisa. uma coisa qualquer que não tenha você, que não seja você. vou tentar ir embora. vai chover na hora que você passar e eu não vou conseguir desviar meus olhos. aí eu vou desbotar. então eu vou arrancar meus olhos e guardar no bolso do casaco. e ficarei em silêncio pra você não me notar. bem quietinha pra você passar por mim sem perceber que tem um músculo aqui dentro que não me obedece. assim como são filhas da puta as minhas memórias. assim como só a sua mão podia alcançar, dentro e fora de mim. e se você olhar para o lado e me notar, oh merda!, aperte o passo, corra se puder, pois se vacilarmos por um segundo talvez a gente comece tudo outra vez. não tem jeito de evitar um segundo exato, entende?
sossega, eu vou tentar evitar te olhar quando passar por mim. evitar tudo isso. mesmo sabendo que vai doer mais do que tá doendo agora.
sossega, eu vou tentar evitar te olhar quando passar por mim. evitar tudo isso. mesmo sabendo que vai doer mais do que tá doendo agora.
6 comentários:
Lindos os seus textos. Parabéns...
Este pegou na casca da ferida. Difícil controlar a vontade do coração de fazer novas versões de histórias antigas. É melhor apressar o passo.
Muito obrigada!
Tô tentando apressar o passo, mas tô meio que em círculos ainda...
um beijo!
Troço bonito, Paula.
Pô, valeu Diego!
PS.: maldito corpo que responde involuntariamente à estimulos externos. lindo texto.
Dri,
mil vezes maldito.
luv ya!
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