“você me enrolou e me deixou chateada ontem com a história do último trago… não por conta dos 10 últimos infindáveis tragos, exatamente… mas porque ontem você não poderia ter tantos tragos e minha companhia ao mesmo tempo… eu te disse que precisava descansar, te expliquei todos os motivos e como seria se eu dormisse na sua casa… e te propus que eu fosse embora pra que você ficasse a vontade pra tomar todas as suas doses… você não quis… e acatou a minha condição… e então eu optei por me complicar toda e ficar do seu lado, porque eu quis… só que às vezes você não percebe essas coisas porque, em um determinado momento, você fica exclusivamente a serviço do seu prazer, querendo que eu te acompanhe, mesmo sabendo que eu não posso… você passa a não me perceber mais… esquece o que combinou comigo por livre e espontânea vontade… eu não tô falando que você não deve fazer o que você quer, nem pedindo que você abra mão de nada pra ficar comigo ou atenda as minhas necessidades… só que você tem que saber que, às vezes, não dá pra ter as duas coisas ao mesmo tempo, saber que você não vai conseguir abrir mão do que você realmente quer fazer – que ontem era matar uma garrafa de whisky – pra priorizar o que eu preciso, e saber a hora de me deixar ir embora… eu sei que você não faz de propósito ou por mal… tô te falando isso porque não é a primeira vez que acontece… e me deixa com um nó na garganta… e eu não quero ter nós na garganta acumulados com você, porque eu quero ficar do seu lado… ainda assim, você me desarma só com o seu cheiro… bem feito pra mim… quem procura, acha… tô com saudade”
Li esse trecho no blog do Fabio, eu parei de respirar na hora, isso sempre acontece quando leio coisas que poderiam ser tiradas das lembranças dos últimos meses, o meu pulmão endureceu e parou de inflar. Só uma pessoa vai entender o lance com o meu pulmão, extamente como aconteceu no domingo quando quase caí naquele buraco imenso, deu uma alegria doída pensar naquilo posando na sombra, a minha mão tava suando, não foi exagero, foi reconhecimento (daquilo - eu - que tava ficando pra trás). Hoje, quando eu acordei, abri o olho bem devagarinho com medo de alguma coisa ter mudado, e tudo estava lá, e as coisas ainda estão tortuosas, mas estão aqui dentro, a dor não consegue me enganar. Não foi um trato, foi um recomeço, e foi diferente.
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