23.3.10

16 de março de 2010

na primeira vez em que te perdi

andei descalça por 19 quarteirões

meus pés não sangraram mais

que o meu coração

que com o tempo cultivou o dobro de calos

e a metade das bolhas

que aprendi a estourar delicadamente

com a ponta de um alfinete

o líquido que escorre

é o amor

impossível faze-lo caber ali novamente

ali cresce um calo

é preciso inventar outra bolha

para caber o amor

Luana Vignon

3 comentários:

Fabio Vivas disse...

Os calos que resultam de cada amor perdido "calejam" nossas esperanças!

Klaus disse...

Fabio,
e ainda me restam muitas, mesmo calejadas.
Abraço!

Anônimo disse...

Bonito poema.

Sandra C.