30.7.08

Holligans Poets do lado de cá

"Hoje eu acordei achando o mundo muito feio"*

Cheio de cinzas de cigarro rodopiando em volta da minha cabeça. Pessoas indo e vindo e esbarrando nos quarenta e sete quilos de angústia que carregava na bolsa. Buzinas e faróis trocando luzes. Ninguém imgina o que os motoristas de ônibus estão pensando daquela nova lei. Nem eu, que só comia pastel na feira por causa da vinagret. Hoje eu acordei achando tudo muito feio, porque aqui o sol saiu tímido e falta ainda muita cor nas paredes e nas faixas de pedestre.
Dor vindo de todos os lados, dívidas impagáveis, bilhetes esquecidos debaixo da caixa de som e tudo ainda muito feio. Do jeito que eu gosto!
Hoje eu acordei e vi aqueles olhos em cima de mim, eu só queria que o relógio parasse de tocar e tudo continuasse. Como ficou e está e blábláblá.
E se eu disser isso a outra pessoa, ela pode não entender. Porque eu continuo achando tudo muito feio, mas eu não largo o osso, entende? É assim mesmo, quem disse que não tinha que ser?


*(tirei de uma música, que não lembro o nome, do meu amigo Paulo de Tharso, o verdadeiro chinês!)

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