2.8.10

Entramos no banheiro fazendo graça como crianças que aprontam escondidas dos adultos. Era noite de festa, todos riam e dançávam, todos nós bebíamos. Ele disse que tava com sono, tava com sono mas ficou ali e eu enfiei minha mão na sua calça. Eu enfiei minha língua na sua boca, minha insanidade no seu bolso e fiquei ali sorrindo o meu sorriso mais incrível. Na verdade eu tava tão feliz que nem notei aquelas situações que a noite sempre deixa escapar. Acabou o cigarro, eu precisava caminhar um pouco, tinha muita coisa na minha cabeça e eu tava com medo de explodir e sujar tudo, tudo aquilo que eu tava torcendo pra nunca mais acabar (pelo menos por toda a eternidade que cabe numa noite agradável). Ele me fez compania, ele fingiu que não tava atento quando eu acertei o meu passo no mesmo passo que ele, ele tava pisando forte igualzinho os meus pensamentos, e a gente entrou na loja de conveniências do posto de gasolina. Compramos cigarros, três maços, dividimos um no caminho de volta. E foi no caminho de volta que eu me pendurei no seu pescoço e beijei seus lábios como se nunca mais eu fosse te ver. E talvez não veria... mas seu pau entendeu o meu beijo e nos escondemos atrás de uma árvore pequena, na calçada, e se ninguém tivesse visto a gente tinha ficado um tempão ali. Porque a gente tinha colado um no outro. Daí a gente entrou escondido naquele banheiro, puta fila no lado de fora, a gente ria baixinho, e a gente confessa pecados baixinho também. Seu gosto, seu cheiro, a sua mão segurando o meu peito e esmagando medos. Sexo como quem acaba de descobrir um tesouro, aquele oásis no meio do deserto. Minhas mãos contra a parede, suas mãos apertando minhas coxas e a gente rindo por dentro e por fora. A gente colou mesmo, a gente quase trocou de corpo e de juízo. Eu faria qualquer coisa pra te explicar cada pensamento maluco que tava na minha cabeça, mas você me olhou como quem tava sacando, mesmo que tristemente a gente se entendeu. E a gente sentiu tanta falta. Foi um segredo que dividimos em silêncio absoluto. E quando entrei no táxi fiquei olhando você virar a esquina, você não olhou pra trás, eu torci o pescoço até o final da rua, e cochilei o resto do caminhho.

8 comentários:

Anônimo disse...

que bonito, amiga.
bjs.
má f.

Adriana Brunstein disse...

Detalhes tão imensos de nós dois...Roberto Carlos não sabia de nada.
Beijo enorme, Tim!

Klaus disse...

MF,
e foi assim mesmo, sabe...
me liga quando puder?
Beijo!

Dri,
o que eu sei, é que eu não sei de mais nada. Tô no liquidificador, manja?
Ps. matriculei!
Beijo!

Fernanda Bello disse...

Delíciaaaaaa!!! Apareço. Prometo. Bjo bem grandão.

Klaus disse...

Fernandinha,
quase me confundiu com o tal "helena frei"...
Beijo moça!

Anônimo disse...

Sempre venho ler tuas coisas que sempre me tocam e me obrigam a pensar. Adoro. Vou sumir não, muitos beijos

Carlos Lucio disse...

Viva a lascividade e a desavergonhança!!! E principalmente a falta que faz a lascividade e a desavergonhança e nos leva até lá uma e outra vez.

Klaus disse...

cismas,
que seja viva então a maneira que temos (e sabemos) de ir até "lá", então!