29.1.12

fecha a porta quando sair.

não por mim, porque você vai dizer que eu não faria essa mesma coisa, você vai usar a palavra "merda" e depois vai me dar as costas. "apenas" faça. vai embora daqui e viva sua vida, viva como quiser e nunca mais pense em mim, em nós, não pense em mais nada. vá. levanta do sofá e troque de roupa, acenda um cigarro e tranque a porta. tá tudo bem, eu vou ficar aqui porque nenhum lugar é um bom lugar se estivermos os dois juntos. eu sei e você deveria saber. todo mundo acha que sabe essas coisas, as pessoas não tem culpa, estão apenas cansadas. como eu. como não me sinto ha muito tempo e agora quero, preciso, que você ouça até o fim e entenda tudo isso. ou não, mas ouça até o fim pois eu não vou ter coragem de dizer mais nada depois disso. esgotou, transbordou, implodiu aquela raiva que eu disse não tinha de você. ficar parada sozinha na rua no meio da madrugada no centro da cidade só aumentou mais esse buraco que estamos cavando ha anos. foi o seu jeito de dizer adeus? e você sequer olhou pra trás, e você sequer vai entender o que eu tô tentando te falar. não me importa. eu tenho muito medo de continuar pensando em você. não por mim, por você também, eu vou ter que aprender a ser só eu e não vou mais esperar coisas diferentes em lugares iguais. eu quero minha vida de volta.